TSJ da Venezuela rejeita novo recurso contra reeleição de Maduro

Corte reafirma a validade do resultado eleitoral, enquanto oposição denuncia fraude e busca apoio internacional

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Na última terça-feira (15), o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela rejeitou um segundo recurso que contestava a validação da reeleição de Nicolás Maduro, ocorrida em 28 de julho. A oposição, que considera o resultado fraudulento, não reconhecido por vários países, havia solicitado uma revisão do processo por meio do ex-candidato Antonio Ecarri. No entanto, a Sala Constitucional do TSJ declarou o pedido "inadmissível" e afirmou que a questão já está encerrada, uma vez que recurso semelhante foi negado na semana anterior.

 

 

O recurso de Ecarri seguiu o mesmo caminho de uma solicitação anterior feita por Enrique Márquez, outro ex-candidato, que também questionou a decisão da Sala Eleitoral de validar a vitória de Maduro. A Suprema Corte, amplamente alinhada ao chavismo, reafirmou que a eleição foi conduzida de forma "impecável", com todas as garantias necessárias, e que o boletim final do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) é inquestionável. O TSJ ainda reforçou que todo o material eleitoral está sob sua custódia, impedindo a revisão das atas de votação solicitada por observadores internacionais.

 

A oposição, unida na Plataforma Unitária Democrática (PUD), continua a sustentar que seu candidato, Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha, foi o verdadeiro vencedor das eleições, com base em 83,5% das atas eleitorais coletadas por testemunhas no dia da votação. Esses documentos, reconhecidos como válidos por diversos países, foram classificados como "falsos" pelo governo de Maduro.

 

Na tentativa de ganhar apoio internacional, a oposição apresentou um relatório técnico à Organização dos Estados Americanos (OEA) nesta terça-feira, reivindicando a vitória de González Urrutia. Gustavo Silva, porta-voz da oposição, afirmou que com 83,5% das atas totalizadas, González obteve 67% dos votos, ou cerca de 7,3 milhões de eleitores. Silva destacou a autenticidade das atas, explicando que cada uma contém um código alfanumérico que comprova sua origem e veracidade.